Uma lição sobre ferramentas de escrita durante a ressonância magnética

Vou começar dizendo que eu não gosto desse tipo de publicação, o que traz um acontecimento aleatório para amarrar com uma lição sobre ferramentas de escrita.

Por isso, nunca achei que eu faria um deles. Porém, a vida me levou até uma lição sobre escrita enquanto eu fazia uma ressonância magnética, então… cá estou.

Vamos ao contexto: eu descobri recentemente que tenho problemas de ATM. Minha mandíbula não encaixa completamente na hora de abrir a boca, então é comum ouvir um estalo e sentir dores por conta da pressão.

Eu usei aparelho nos dentes durante um bom tempo e achei que conseguiria resolver o problema com eles (e também usando plaquinhas de bruxismo), mas não adiantou e eu vou precisar fazer uma intervenção cirúrgica.

E para isso, é preciso ter exames de imagem. Por isso, eu levantei cedo e fui fazer uma ressonância magnética. Algo que eu apenas tinha ouvido falar antes e que achei bizarro.

A máquina faz um barulho infernal, o exame demora um tempo muito longo e você precisa ficar completamente imóvel. E eu fiquei. Encontrei uma posição que parecia confortável e fiquei imóvel.

Porém, conforme o exame foi caminhando, eu fui sentindo meus músculos ficarem cada vez mais rígidos.

De repente, eu não estava confortável mais e, para conseguir continuar imóvel, precisaria encontrar um jeito de relaxar dentro da máquina de ressonância magnética sem me mexer. Como fazer isso? Com uma técnica de relaxamento que eu tinha aprendido.

A técnica dizia que você precisa prestar atenção individual no músculo que quer relaxar. Então, eu fechei os olhos e tentei ignorar o barulho da máquina, prestando atenção ao meu pescoço, minhas costas, meus braços e minhas pernas.

Funcionou!

Eu consegui relaxar no meio do exame e aguentar imóvel pelo tempo que ele precisava acontecer. Nesse momento, você deve estar se perguntando o que toda essa narrativa tem a ver com escrever.

E eu respondo: ferramentas de escrita.

Durante o exame, eu estava tensa e precisava relaxar. Tinha um problema e resolvi esse problema usando uma ferramenta do meu arsenal. Acessei a minha caixa de ferramentas e busquei aquela que me ajudaria a resolver o problema.

O mesmo pode ser feito na escrita.

Se você chegou em um problema de planejamento, desenvolvimento ou na hora de escrita mesmo, pode recorrer à ferramentas para conseguir passar por essa barreira.

E eu não usei o conceito da caixa de ferramentas ali em cima em vão. Usei sabendo que muitos de vocês vão associar com o Sobre a Escrita, do Stephen King.

No livro, o autor fala sobre ter uma caixa cheia de ferramentas que você vai coletando durante a sua vida para utilizar quando for preciso. Por isso, é tão importante estudar escrita criativa.

Pode ser que você nunca venha a utilizar uma das ferramentas aprendidas, mas pode ser que você esteja preso dentro de uma máquina de ressonância magnética e precise relaxar.

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