Como o álbum Sour, da Olivia Rodrigo, surgiu e o que conquistou

Em maio de 2001, Olivia Rodrigo lançou seu primeiro álbum, Sour.

Olivia abriu seu coração no Sour, um trabalho com referências ao pop punk, letras sensíveis e melodias sinceras, nos contando detalhadamente como se sentiu no pós-término de um relacionamento que ela não queria que terminasse e o que significa ser uma jovem da geração Z.

Neste artigo, nosso assunto é o álbum Sour, o disco de estreia de Olivia Rodrigo, que embora tenha músicas escritas por uma adolescente sobre seu primeiro amor, é uma obra universal.

Olivia Rodrigo: plágios de Paramore e Taylor Swift?

Como o álbum Sour nasceu

O Sour foi lançado em maio de 2021.

Todas as músicas foram escritas pela própria Olivia Rodrigo e pelo produtor, Dan Nigro. A ideia inicial era de que Sour fosse um EP, uma amostra do trabalho de Olivia.

Porém, devido ao sucesso de Driver’s License, a Geffen Records encomendou o álbum inteiro.

As gravações aconteceram entre 2020 e 2021, o que se reflete nas composições e produção. O Sour é um disco intimista, tanto na produção minimalista quanto nas letras, que parecem se passar todas dentro da cabeça de Olivia.

A cantora começou a trabalhar nas músicas do Sour quando ainda tinha dezessete anos, e isso se reflete na sensibilidade e imediatismo de algumas letras. Para Olivia, o álbum:

explora os perigos e as descobertas dela própria aos 17 anos, e o título se refere à experiência desconfortável da juventude e como os adolescentes, muitas vezes, são criticados por sentirem raiva, ciúmes e infelicidade.”

O desconforto da adolescência é um tema forte no álbum, seja ele com a sociedade, com a perspectiva da vida adulta, consigo própria e com o primeiro amor.

O eu lírico de Olivia no Sour é uma adolescente que acredita no tudo ou nada, que está experimentando gostar de verdade de alguém pela primeira vez e que descobre que esse amor não pode durar para sempre.

Além disso, esse eu lírico está se tornando adulto em um mundo em crise econômica, climática e social.

Olivia Rodrigo pertence à Geração Z, um grupo de pessoas que nasceu em meados dos anos 2000. São nativos digitais, vivenciaram a pandemia de Covid-19 em um momento de formação de valores e vivem imersos nas redes sociais.

A Geração Z cresceu em um mundo em crise, sem grandes esperanças para o futuro e sem incentivos suficientes. Enquanto crianças, eram deixados de lado e, agora que são adultos, espera-se que sejam funcionais.

Mas como fazer isso no mundo que foi deixado para eles?

O universo corporativo está sucateado, a faculdade não garante mais futuro nenhum, o planeta está esquentando cada vez mais, o preconceito permanece… existe uma frustração nessa geração, uma raiva por um potencial de futuro que não está mais ali.

Em meio a tudo isso, ainda existem as decepções amorosas.

No Sour, o fim do mundo para o eu lírico é o fim de um relacionamento. A frustração da Geração Z é um contexto inegável mas o álbum é, em essência, uma história sobre o que acontece depois do término de um relacionamento.

As onze músicas exploram a jornada do eu lírico de tentar lidar com os sentimentos que chegam com o término, especialmente porque não foi ele a determinar o fim. Ao ouvir as músicas em sequência, conseguimos entender que o eu lírico queria continuar.

Por isso, a jornada de sentimentos envolve autoestima, luto, saudade, raiva, comparação, frustração, ironia… mas não superação. Sour não chega no estágio da aceitação, o que é uma observação interessante de se fazer.

Isso traz uma sensação de proximidade com a história contada por Olívia, uma constatação de que o eu lírico é como muitos de nós, pessoas que não passam com tanta facilidade por todos os estágios de um término.

As inspirações e referências do Sour

Nesse momento, é impossível separar o eu lírico da própria Olívia Rodrigo e não mencionar o término que, supostamente, inspirou as músicas do Sour. Por isso, vamos comentar o envolvimento de Joshua Bassett, colega de elenco de Olivia, e Sabrina Carpenter na narrativa do álbum.

Segundo teóricos da internet e sua análise das letras de músicas lançadas pelos membros desse triângulo, Joshua teria terminado um relacionamento com Olivia para se envolver com Sabrina.

O primeiro sinal dessa situação foi Driver’s License, na qual Olivia teria acusado Joshua de a ter trocado por uma “loira mais velha que sempre a deixou em dúvida”. Ao descobrirem a possível inspiração, os fãs de Olivia Rodrigo deram destaque para a história.

Vídeos de “evidências” surgiram no TikTok, artigos de blog especularam sobre motivações e vídeos longos explicando a “treta” surgiram no YouTube.

O resultado foi muita especulação ao redor do Sour, uma polêmica que alimentou a curiosidade ao redor do álbum e funcionou quase como uma estratégia de marketing para atrair pessoas a escrutinar as letras em busca de detalhes sobre o relacionamento.

O modus operandi foi muito parecido com o que costuma acontecer quando a cantora Taylor Swift lança um novo álbum. Um gancho que nos leva a falar sobre as inspirações, influências e possíveis plágios nas músicas do Sour.

O álbum incorpora inspirações de diversos gêneros da música, os principais sendo pop alternativo, bedroom pop e pop punk.

Olivia Rodrigo e Dan Nigro citaram Alanis Morissette, Taylor Swift e Kacey Musgraves como as principais inspirações para a composição das canções. Olivia também adicionou o No Doubt e The White Stripes na lista de influências.

De forma geral, Sour é um álbum que abrange o rock inspirado nos anos 1990 e 2000 mesmo quando está calmo em uma balada. Críticos chegaram a afirmar que este era um álbum de pós-gênero, que transcende as fronteiras dos gêneros musicais.

Acusações de plágio

Assim que o segundo single do Sour, Déjà Vu, foi lançado, muitas pessoas começaram a fazer comparações com a música Cruel Summer, de Taylor Swift.

Em ambas as pontes, existe um momento em que as cantoras entregam os versos num grito melódico. No contexto, esse grito na ponte é a representação de uma ansiedade e funciona muito bem para ambas as músicas.

Olivia Rodrigo sempre deixou claro que é fã de Taylor Swift, e que as composições de Taylor foram inspirações para que ela começasse a escrever.

Inclusive, no Sour, ela fez uma interpolação da música New Year’s Day em 1 Step Forward, 3 Steps Back, na qual incorporou parte da melodia e deu os créditos devidos à Taylor Swift e Jack Antonoff.

Por isso, é fácil entender que o grito melódico na ponte de Déjà Vu poderia ser uma inspiração. Na internet, porém, essa se tornou uma discussão sobre plágio. A situação piorou quando Olivia lançou seu terceiro single, Good 4 U.

Tirando inspiração e influência direta do pop punk dos anos 2000, esse é um som agitado e cheio de amargura. Por conta disso, a música se assemelha muito a singles do início do século, como os lançados por Avril Lavigne e Paramore.

Para a internet, que já apostava no plágio de Cruel Summer, Olivia teria cometido mais um plágio em Good 4 U, dessa vez copiando a música Misery Business, do Paramore.

Olivia não chegou a se pronunciar em defesa de suas composições ou para assumir que a inspiração tinha sido literal demais na época.

Mas para acalmar os rumores e a fúria da internet, que já caçava possíveis plágios nas outras músicas do Sour, ela resolveu dar créditos de composição para Taylor Swift e Jack Antonoff em Déjà Vu, e para Hayley Williams e Josh Farro em Good 4 U.

A divulgação e recepção do álbum Sour

Mesmo em meio às polêmicas, Olívia continuou trabalhando para promover seu álbum.

Ela foi uma das atrações musicais do SNL, deu entrevistas em talk shows e continuou produzindo conteúdo para suas redes sociais. Ainda em 2021, Olívia estreou o Sour Prom, um filme-concerto no YouTube.

Com cerca de trinta minutos, o filme acompanhou a cantora em um baile de escola tipicamente americano, no qual ela cantou algumas das músicas do Sour.

Por conta da pandemia de Covid-19, a Sour Tour só aconteceu em 2022. Entre abril e junho, Olivia percorreu os Estados Unidos, Canadá e Europa com um show contendo as músicas do Sour e alguns covers.

Além dessas promoções, ela também pode contar com um documentário no Disney+. Olivia Rodrigo: Driving Home 2 U detalha a composição do Sour.

Quanto à recepção do público, o álbum de estreia de Olivia Rodrigo foi um sucesso de público, mas também um sucesso entre os críticos. Ele foi aclamado como um forte primeiro lançamento, um álbum que é a nova cara do pop na Geração Z.

No Grammy Awards, que é a maior premiação para artistas da indústria da música, Olivia teve sete indicações e levou três prêmios para casa: Artista Revelação, Melhor Álbum Vocal de Pop e Melhor Performance Solo de Pop por Drivers License.

Quem é Olivia Rodrigo?

Rolar para cima