Como um patinho de borracha ajuda com o bloqueio de escritor

Eu nunca fui uma pessoa de me envolver no planejamento de um livro, sempre fui mais do tipo que escrevia cena por cena conforme vinha à mente, seguindo um guia nada detalhado.

Mas isso fazia com que eu tivesse bloqueio de escritor. Por isso, nos últimos anos, resolvi começar a experimentar a ferramenta do planejamento.

Agora, em vez de apenas dar nomes aos personagens, determinar o signo deles para ter uma ideia de personalidade e ter uma lista de coisas que precisavam acontecer na história, eu me entreguei aos esquemas e fluxogramas.

Tudo isso para que, quando alguém lesse a história, entendesse por que a trama importava e o que eu estava querendo dizer. Além de eu conseguir evitar o bloqueio de escritor.

O problema é que é bem difícil fazer o planejamento de um livro dessa forma, completo e complexo, sozinha. É aqui que entra o patinho de borracha.

Como um patinho de borracha ajuda no bloqueio de escritor

Embora eu nunca tenha sido o tipo de escritora que planeja, eu sou o tipo de pessoa que fala sozinha.

Por isso, enquanto eu planejava e tentava resolver problemas, conversava comigo mesma, fazendo as perguntas necessárias e tentando colocar em palavras coerentes as minhas questões para encontrar sentido.

Meu namorado, que sempre ouvia aquelas conversas malucas, me deu uma sugestão: utilizar a técnica do patinho de borracha, que é usada na programação de software.

Dentro da programação, existe uma técnica chamada de Rubber Duck Debugging que consiste em o desenvolvedor de software ter um patinho de borracha em cima da sua mesa.

Esse patinho é um ouvinte inanimado que serve para que o desenvolver apresente seus problemas de código, as possíveis origens para aqueles problemas e uma lista de possíveis soluções.

Sempre que encontra problemas, o desenvolvedor conversa com o patinho e descobre a solução sozinho.

A ideia é parecida com a psicanálise, onde você fala sobre um problema tendo um ouvinte presente, e explora todas as possibilidades de origem e solução para o problema.

É uma forma de não precisar de uma pessoa ouvindo o problema, mas conseguir resolvê-lo através de um exercício de raciocínio.

Como essa técnica funciona, então?

Você precisa ter um objeto inanimado em cima da sua mesa de trabalho, que pode ser um patinho de borracha mesmo ou outra figura, como um amigurumi ou estatueta.

Esse objeto será o seu ouvinte. Por isso, quando tiver alguma dúvida no meio do caminho ou quiser entender melhor uma solução, explique a situação para o seu patinho de borracha. Obviamente, não é para esperar uma resposta vinda dele.

O que você precisa fazer é falar o máximo possível sobre o problema, é explicar e explorar a situação, listar soluções, trazer contrapartidas e consequências. Enquanto faz isso, você vai, de forma automática, já pensar em saídas, já que é assim que a mente humana funciona.

Dessa forma, o patinho de borracha precisa ser apenas um ponto para onde você direciona a sua atenção enquanto pensa no problema.

E então, o que você achou dessa solução para ajudar no planejamento de um livro?

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