Histórias de ficção científica se tornam fantasia com o tempo?

Pesquisando sobre a diferença entre fantasia e ficção científica, encontramos uma discussão interessante sobre os gêneros: será que, por causa do avanço da ciência, histórias de ficção científica se tornam fantasia com o passar do tempo?

Nesse sentido, toda obra de ficção científica que usa uma teoria ultrapassada ou desbancada se tornaria uma fantasia, já que não estaria mais tratando de ciência ou tecnologia válidas.

Mas será que isso faz sentido? Será mesmo que histórias de ficção científica poderiam se tornar fantasias? É sobre isso que vamos falar hoje!

Histórias de ficção científica se tornam fantasias?

A questão trazida é que histórias de ficção científica que apresentam teorias desbancadas e ultrapassadas deveriam ser classificadas como fantasia.

O argumento a favor é que a ficção científica é um gênero inovador, que explora a ciência e a tecnologia, devendo ser visto como vanguarda. Ou seja, se a teoria presente no livro tiver sido desbancada ou não se provar real, o livro deveria ser visto como mera imaginação.

Exemplos trazidos por quem defende essa ótica é que livros como Frankenstein e a obra de Julio Verne deixaram de ser ficção científica porque estão datadas.

No caso de Frankenstein, a trama é baseada em uma teoria do início do século XIX que dizia que a eletricidade é quem dava vida. Já as histórias de Verne especulam sobre mundos imaginados dentro do planeta Terra.

Defensores da teoria também costumam dizer que esse tipo de história deveria começar a ser classificada como fantasia científica, já que mistura temas tecnológicos e científicos com fenômenos sobrenaturais e paranormais.

Porém, a verdade é que essa discussão não tem muito fundamento. Especialmente porque o que define a classificação de histórias de ficção científica não é a validade de suas teorias científicas, mas seus elementos fundamentais.

O que define uma história de ficção científica?

Para classificar uma história dentro de um gênero literário é preciso olhar para seus elementos fundamentais.

Por exemplo, Frankenstein é uma ficção científica porque toda a trama se baseia no fato de um homem utilizou métodos científicos para criar o monstro.

Não foi um acidente, a intervenção de um deus ou o surgimento de uma criatura de outra dimensão. Dr. Frankenstein foi atrás de teorias científicas que o ajudaram a montar seu experimento para trazer o monstro à vida.

Isso é um elemento próprio da ficção científica, o uso de tecnologia e ciência.

Logo, mesmo que a teoria científica utilizada seja tão ultrapassada que pareça fantasia ou retrofuturismo, isso não faz com que a história seja, automaticamente, classificada como fantasia porque requer outros elementos.

Um livro de fantasia precisa do elemento mágico e fantástico.

Por isso, a conclusão é de que as histórias de ficção científica não se tornam fantasias com o passar do tempo e avanço da ciência. Isso porque o que faz elas serem ficção científica é o elemento fundamental e não a teoria utilizada.

Elas também não podem ser consideradas fantasia científica porque esse subgênero trata sobre outro tipo de história.

A fantasia científica aborda narrativas onde a magia e a ciência são indistinguíveis, onde a magia é o combustível da ciência ou onde a magia caminha lado a lado com a tecnologia.

Um exemplo desse último tipo é Duna. Ou seja, por mais que estejam ultrapassados, livros de ficção científica com teorias desbancadas continuam sendo histórias de ficção científica.

Quais são os subgêneros da fantasia?
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