Quais são os subgêneros da fantasia?

Se tivesse que classificar seu livro favorito dentro de um dos subgêneros da fantasia, você conseguiria?

A fantasia se encontra dentro do guarda-chuva da literatura fantástica, ao lado da ficção científica e do horror, e como é um gênero que abarca diversos tipos de histórias, ganhou vários subgêneros.

Por sua vez, os subgêneros são subdivisões dentro da fantasia que agrupam histórias que tenham elementos em comum para além da magia, que sempre está presente em livros desse gênero.

Para ajudar você a entender melhor a classificação de livros fantásticos, vamos conversar sobre os maiores e mais representativos subgêneros da fantasia.

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As divergências nos subgêneros da fantasia

Antes de falarmos sobre os subgêneros, vamos esclarecer alguns pontos sobre essas classificações. A verdade é que os estudiosos não concordam sobre o que determina cada um dos subgêneros.

Inclusive, existem correntes de pensamento que classificariam o mesmo livro em subgêneros dominantes diferentes e que usam parâmetros diversos para dizer onde um subgênero começa e onde outro termina.

O que podemos usar para determinar o que é um subgênero são elementos estabelecidos que devem conter na história.

Por exemplo, um livro de alta fantasia se passa em um mundo completamente inventado, enquanto uma história de espada e feitiçaria depende de um personagem envolvido com magia que usa armas.

Uma história de fantasia pode ter mais de um subgênero?

Normalmente, as histórias são classificadas em apenas um subgênero, mas dependendo da trama, elas podem ter mais de um.

Por exemplo, The Witcher apresenta uma trama clássica de espada e feitiçaria, mas se passa em um mundo inventado. Logo, poderia ser uma história de alta fantasia e espada e feitiçaria ao mesmo tempo.

Nesse caso, como classificar qual é o subgênero primário e qual é o secundário? Utilizando o conflito. Ou seja, o plot da história é quem vai determinar a qual subgênero ela pertence.

Ainda no exemplo de Geralt de Rívia, a resolução do conflito dos contos depende muito mais da ação do protagonista, e de suas habilidades de espadachim, do que de magia. Isso classifica The Witcher primeiro como uma história de espada e feitiçaria e depois, de alta fantasia.

Quais são os subgêneros da Fantasia?

Agora que já esclarecemos alguns pontos sobre os subgêneros da fantasia, vamos falar sobre os elementos formadores de cada um, como o conflito se relaciona com eles e dar alguns exemplos:

1. Alta Fantasia

A principal característica de uma história de alta fantasia é que ela se passa em um mundo inventado.

Pode ser um mundo fantasioso clássico, com elfos e duendes, ou um mundo que se difere do nosso apenas por ter magia e um nome imaginado.

O importante é que a história se passe em um universo diferente do mundo que conhecemos. Nesse subgênero, o conflito precisa estar alinhado com o mundo inventado e depender dele.

Por exemplo, em Sombra e Ossos, o conflito principal é que a protagonista é um tipo muito raro de conjurador. Isso está intimamente ligado ao fato de a história se passar em um mundo inventado onde existem conjuradores.

Veja mais exemplos de livros de alta fantasia:

2. Baixa Fantasia

Já na baixa fantasia, é preciso ter elementos fantásticos envolvidos com o mundo que conhecemos. Podem ser mundos separados um do outro, mas um precisa existir no mesmo universo que o outro.

Na baixa fantasia, as histórias costumam ir e vir entre esses dois mundos, o mágico e o comum.

Dentro deste subgênero estão histórias de fantasia histórica e fantasia urbana também, aquelas que escondem seres mágicos em meio aos prédios e cidades.

No subgênero, o conflito precisa fazer alusão à relação do mundo mágico com o mundo comum.

Um exemplo é Harry Potter, onde grande parte dos esforços dos protagonistas está em continuar mantendo o mundo bruxo escondido do mundo trouxa.

Por consequência, salvar os trouxas de uma força que eles nem mesmo sabem que existe é um dos grandes conflitos. Exemplos de livros de baixa fantasia:

3. Fantasia Científica

Na fantasia científica, a linha entre a fantasia e a ficção científica fica um pouco borrada.

Para ser classificada como uma fantasia científica, a história precisa conter elementos de tecnologia que são alimentados por magia ou misturar ciência com elementos mágicos na mesma trama.

Os mundos costumam ser principalmente de fantasia ou principalmente de ficção científica, porém conseguimos notar alguns toques do outro gênero, mesmo que discretos.

A verdade é que a classificação neste subgênero não está muito ligada ao conflito e, sim, aos elementos. Porém, podemos dizer que o conflito neste subgênero depende do uso da tecnologia movida à magia.

Por exemplo, Uma Princesa de Marte é uma história que tem todo o conflito “resolvido” quando o protagonista usa um dispositivo movido a magia para ser teletransportado de volta à terra.

Confira exemplos de livros de fantasia científica:

4. Fantasia Mitológica

Na fantasia mitológica, os elementos mágicos derivam da mitologia de alguma cultura ou de contos de fadas.

Nesse sentido, a história pode se passar no nosso mundo ou em um mundo inventado, mas conter seres saídos de mitologias ou recontarem contos de fadas.

O conflito na fantasia mitológica está ligada aos seres mitológicos ou de contos de fadas diretamente.

Por exemplo, em O Urso e o Rouxinol, a história depende inteiramente do conflito entre humanos comuns e os seres mitológicos da Rússia. A resolução está na protagonista que consegue transitar entre os dois mundos.

Outros exemplos de livros de fantasia mitológica:

5. Espada e Feitiçaria

O principal elemento de histórias de espada e feitiçaria é conter um protagonista versado em armas percorrendo um mundo onde ele pode encontrar desafios mágicos

Normalmente a história acontece em um mundo inventado, mas a habilidade do protagonista com suas armas é mais importante do que a magia do mundo.

Como expliquei há alguns parágrafos, o conflito de espada e feitiçaria está ligado ao uso das armas do protagonista e não à magia.

Pode-se ter uma resolução mágica para determinados conflitos, mas a ação do protagonista é o vale, assim como acontece em The Witcher.

Veja exemplos de livros de espada e feitiçaria:

6. Fantasia Romântica

Também chamada de romantasia, a fantasia romântica tem foco no romance e não nos elementos mágicos.

Nesse tipo de história, nós podemos conhecer um submundo onde vive a criatura mágica que será interesse amoroso da protagonista.

Porém, o foco da história não está no conflito dentro do submundo, mas na relação entre os apaixonados. O conflito nesse subgênero depende do relacionamento entre os protagonistas.

Por exemplo, em Crepúsculo nós temos o submundo vampírico, mas o conflito acontece porque Edward quer salvar Bella e não por uma briga entre clãs de vampiros.

Confira exemplos de livros de fantasia romântica:

7. Fantasia Sombria

Por fim, a fantasia sombria pode facilmente se confundir com o suspense e o terror, mas se difere por ter inspiração no sobrenatural.

Esse subgênero também tem uma relação muito próxima com a literatura gótica. Normalmente, os antagonistas da fantasia sombria são criaturas de mundos de sombras, como fantasmas, vampiros, lobisomens e demônios.

O conflito na fantasia sombria está diretamente ligado ao mundo de sombras apresentado.

Por exemplo, em Amigo Imaginário a resolução depende da ação do protagonista de impedir uma força obscura de tomar controle sobre o mundo que conhecemos.

Mais exemplos de livros de fantasia sombria:

É importante deixar claro neste momento do artigo que alguns destes subgêneros podem se mesclar também e que apenas trocar um dos elementos pode colocar sua história em um novo subgênero.

Ou até, um novo gênero.

Por isso, é interessante que você tenha conhecimento sobre os subgêneros da fantasia, mas que não se apegue muito a eles porque os limites não são estanques.

Se você lembra de mais algum subgênero que eu não falei aqui, deixe nos comentários!

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